quinta-feira, 7 de julho de 2011

Hoje, eu me gosto muito mais, porque me conheço muito mais também...

Há quem diga: " Eu adoraria voltar à minha infância, à minha adolescência...". Pois eu não gostaria não, e nem gostaria de voltar a ser a Marisa de anos atrás.
Por que isso? Porque até um ano atrás, eu estava perdida em dúvidas sobre coisas que eu queria para a minha vida, estava mergulhada em mágoas, revoltas e arrependimentos.
O que mudou? Muita coisa dentro de mim.
Como eu consegui isso? Mergulhando fundo dentro de mim, dentro da minha história de vida. Esse mergulho não foi nada fácil, na maioria das vezes, mas eu não estava sozinha, tinha uma pessoa que me ajudava e guiava a cada mergulho.
Essa pessoa foi minha terapeuta. Pois é, já comentei aqui que estava fazendo terapia psicológica e essa foi a ajuda, o apoio que eu tive nesse mergulho difícil mas necessário. Necessário para que eu entendesse e aceitasse coisas que vivi e senti em várias fases da minha vida até esse momento.
Relacionamentos familiares, vida sentimental e o principal, minha relação comigo mesma. Às vezes, crescemos mantendo um certo tipo de comportamento, com algumas idéias fixas, mas não temos consciência do quanto aquilo tudo nos afeta, nos aprisiona em algo que só nos faz mal.
Com a terapia, consegui enxergar tudo o que me machucava e que eu não tinha coragem de mexer por medo de não aguentar: minha visão errada quanto a meu pai biológico e meu paidrasto, minha vida sentimental, sempre procurando homens complicados, inacessíveis a um sentimento verdadeiro. Percebi que criei, ao meu redor, um muro, para não ter que abrir mão de conceitos e atitudes que, mesmo me machucando inconscientemente, mantinham-me viva.
Fez-me deixar de lado um personagem que criei para conseguir viver nesse mundo real. O personagem da menina carinhosa, feliz o tempo todo, disposta a ajudar a todos que me procurassem, sem mostrar que eu não era tão feliz assim, que eu também preciso de ajuda ( o colo que dou também quero e preciso às vezes, sabiam?), pois sou humana também.
Hoje, com certeza, eu digo que sou uma Marisa muito mais feliz e muito mais inteira.
Como minha terapeuta diz: Você não vai sair da terapia sem voltar a chorar, sofrer, decepcionar-se como a maioria acredita...Com certeza sei que não virei uma heroína imune ao sofrimento, mas vou conseguir passar por tudo, hoje, sabendo que não vou morrer, que vou me reerguer se tiver um momento difícil.
Por que tenho essa certeza, hoje? Porque, hoje, eu me gosto muito mais, porque me conheço muito mais também.
Alguns erros do passado não terei chance de corrigir, mas outros, com certeza, não repetirei.
Ainda ficaram alguns pontos em aberto, mas porque eu não consegui me abrir para deixar certas motivações entrarem em mim.
Quem sabe, daqui a um tempo terei que fazer terapia, pela terceira vez, para cuidar do que ainda ficou inacabado?!!!
O que eu posso dizer é que esse ano para mim, foi muito importante, para colocar muito da minha vida em pratos limpos e com isso conhecer a verdadeira Marisa, sem personagens, sem máscaras, sem medo de fazer escolhas e ser feliz da melhor maneira possível.
Obrigada, Dani, pelos empurrões e pela mão estendida.
Valeu cada mergulho e cada volta à tona.



Autoria: Isaleão.

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