segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Homem feliz canta e dança sim senhor...

Foi-se o tempo em que o homem tinha que ser sério, mal - educado, machista para provar que era homem, que era macho. O homem tem que mostrar que é seguro de si, seguro do que quer para a vida dele, mas não precisa com isso ser um Shrek (um ogro ), verde e feio kkk.
Se a mulher mudou com o passar dos séculos, o homem, também , tem que mudar, e, graças a Deus, as últimas gerações têm mostrado essa mudança. Hoje, o homem sabe que para agradar à sua mulher, precisa se mostrar mais amigo, mais sensível, mas solto.
Sendo assim, ele não deixa de ser homem, não deixa de ser o chefe de família, mas se torna mais cúmplice da sua companheira, e junto com ela constrói um relacionamento muito mais feliz com mais chances de durar vários anos e quem sabe a vida toda.
Foi-se o tempo em que o homem não podia ajudar nas tarefas de casa, porque isso era "coisa de mulher". Esse tempo já passou e com isso "nasceram" homens muito mais relaxados (no bom sentido da palavra), homens que não têm vergonha de dizer " eu te amo " à sua namorada, esposa.
Os homens de hoje são mais felizes.
Quem disse, por exemplo, que homem não pode cantar e dançar quando está feliz? Homem feliz canta e dança sim, senhor, e tem muitos que conquistam suas parceiras justamente fazendo isso, pois uma coisa que é muito atraente para muitas de nós mulheres é o bom - humor masculino.
Pensem nisso, rapazes, e sorriam, cantem e dancem. E se não souberem ou não puderem fazer essa última coisa, dançar, façam pelo as duas primeiras, sorriam e cantem, já será um ótimo jogo de sedução.


Autoria: Isaleão.

domingo, 21 de novembro de 2010

Venham conhecer Salvador.

Como a maioria dos meus amigos virtuais (deficientes ou não) e a maioria das pessoas que seguem esse blog são de outras cidades, venho hoje fazer-lhes um convite: Venham conhecer Salvador. Minha cidade como a maioria das cidades tem inúmeros problemas, mas apesar disso, é uma cidade turística, com um povo que adora receber, com lugares lindos a serem visitados.
Temos falta de acessibilidade em muitos desses locais, mas como graças a Deus tudo tem seu lado ruim e seu lado bom, vou nesse post listar alguns lugares em que nós deficientes podemos circular sem grandes problemas.
Darei opções de hotéis, praças, parques, museus, shopping...
Espero que aceitem esse convite, tenham certeza que serão bem vindos.

HOTÉIS:

Pituba Plaza - http://www.pitubaplaza.com/
Deville Salvador - http://www.deville.com.br/
Sol Vitória Marina - http://www.solexpress.com.br/
Othon - http://www.othon.com.br/
Mar Azul - http://www.marazulhotel.com.br/
Fiesta Bahia - http://www.fiestahotel.com.br/


SHOPPINGS:

Salvador Shopping - http://www.salvadorshopping.com.br/
Iguatemi - http://www.iguatemisalvador.com.br/
Shopping Paralela - http://www.shoppingparalela.com.br/
Shopping Barra - http://www.shoppingbarra.com.br/
Norte Shopping - http://www.norteshopping.com.br/


MERCADOS, SUPERMERCADOS, DELICATESSEN:

Bompreço - http://www.bompreço.com.br/
GBarbosa - http://www.gbarbosa.com.br/
Hiper Ideal - http://www.hiperideal.com.br/
Extra Supermercado - http://www.extra.com.br/
Delicatessen Perinni - http://www.perinni.com.br/


PRAÇAS, PARQUES, PRAIAS:

Jardim dos Namorados - estacionamento com rampa.
Jardim Zoológico - estacionamento com vaga reservada.
Lagoa do Abaeté - estacionamento com vaga reservada.
Parque Costa Azul.
Parque da Cidade - estacionamento dentro do parque.
Parque de Pituaçu - estacionamento com vaga reservada e rampa.
Parque Dique do Tororó - estacionamento com vaga reservada e rampa.
Praça Bahia Sol - estacionamento com vagas reservadas.
Praça Campo Grande.

Praia da Barra.
Praia da Ribeira.
Praia de Amaralina.
Praia de Patamares.
Praia de Placaford.
Praia de Itapoã.


TEATROS:

Diplomata - http://www.diplomata.com.br/
Espaço Xisto Bahia - http://www.espacoxisto.blogspot.com/
Teatro Castro Alves - http://www.tca.ba.gov.br/
Teatro Jorge Amado - www.uec.com.br/teatro.asp
Teatro Módulo - http://www.portalmodulo.com.br/
Teatro Vila Velha - http://www.teatrovilavelha.com.br/


CINEMAS:

Sala Walter da Silveira - http://www.dimas.ba.gov.br/
Sala Alexandre Robatto - http://www.dimas.ba.gov.br/
Glauber Rocha - http://www.unibancocinemas.com.br/
Multiplex Iguatemi.


MUSEUS:

Carlos Costa Pinto - http://www.museucostapinto.com.br/
Eugênio Teixeira Leal - http://www.museucostapinto.com.br/
Museu de Arte Baiana - www.funceb.ba.gov.br/mab


BIBLIOTECAS:

Biblioteca Pública do Estado da Bahia - http://www.fpc.ba.gov.br/
Juracy Magalhães Júnior.
Biblioteca Infantil Monteiro Lobato - http://www.fpc.ba.gov.br/


Mais informações é só acessar : http://www.vidabrasil.org.br/
Ou escrever para : guiadeacessibilidadessa@gmail.com


Agora é só arrumarem as malas e boa viagem...rsrsrs.


Autoria: Isaleão.


sábado, 30 de outubro de 2010

Pessoas que se acham únicas.

É incrível como tem pessoas que vivem como se fossem únicas no mundo, sem a menor consideração com o outro. Isso acontece em qualquer nível de relacionamento: são vizinhos que fazem barulho sem se importar com quem mora ao lado, são chefes que humilham ou simplesmente ignoram seus empregados, são familiares que vivem suas vidas como se o resto da família não morasse na mesma casa, são homens e mulheres que agem como se ainda fossem solteiros (as) esquecendo que agora tem um relacionamento amoroso, seja namoro ou casamento, e que não querem dar satisfação dos seus atos, não admitem uma pergunta, dizem logo que não suportam "cobrança".
Sinceramente este tipo de pessoa tinha que se mudar para uma ilha deserta. Vivemos em uma sociedade, e portanto, temos que saber que além da nossa vontade existe a vontade da outra pessoa. Numa empresa o trabalho só dá certo se o chefe tiver empregados satisfeitos com o ambiente de trabalho, numa família só há felicidade se todos estiverem ligados pelo amor, num bairro só haverá tranquilidade se houver respeito ao seu vizinho, um relacionamento a dois só dará certo se houver amor, respeito de um para com o outro. Mas em todos os níveis de relacionamento as partes envolvidas tem que aprender a ceder na hora certa, tem que aprender que o outro tem suas vontades, suas limitações, suas frustrações, seus sonhos, suas responsabilidades.
Não adianta reclamarmos do outro, da sociedade, do governo, se não estivermos dispostos a olhar para dentro de nós mesmos com o coração aberto e os olhos bem atentos para enxergarmos e mudarmos nossos erros. É fácil dizermos que as coisas não deram certo por causa de Fulano, Cicrano, ou Beltrano, sem admitirmos que nós também temos nossa parcela de culpa.
Antes de acusar alguém de algo errado pare e pense: Ele (a) , errou sozinho (a) nisso?


Autoria: Isaleao.

Baixa Auto - Estima.

As vezes nós conhecemos alguém que está sempre sorrindo, rodeada de amigos, com companheiro (a), apaixonadas, fazendo tudo para fazê-lo (fazê-la) feliz, com um bom emprego, enfim com tudo para se sentir realizada.
Aí pensamos: Poxa, essa pessoa é realmente feliz...Será?
Muitas vezes tudo isso é só "fachada" pois a tal pessoa não é verdadeiramente feliz. Tem algo dentro dela que não a deixa satisfeita. Isso se chama baixa auto -estima. Isso mesmo, a pessoa tem tudo que todos desejam ter, mas se sente um lixo, acha que não merece ter nada do que tem.
E não é só com pessoas comuns, do nosso convívio que isso acontece, acontece também com artistas famosos.
A diferença é que quando acontece com uma Maria ou um José qualquer por aí não chama a atenção de todo mundo, mas quando acontece com uma "estrela" aí a coisa toma uma proporção tão grande que passa a ser notícia. Quantas pessoas "próximas" você vê que não estão satisfeitas consigo mesmas, com suas vidas e entram por caminhos as vezes perigosos como o das drogas e não tem ninguém para ajudar ?
Agora, se é um artista que vai por esse mesmo caminho, ou pelo caminho dos escândalos, logo vai para mídia e aí , ou vai preso por pouco tempo ou vai para uma clínica de recuperação.
Esse "estrago" que algumas pessoas cometem com suas próprias vidas, muitas vezes tem a ver com sua auto - estima que é baixíssima. Tem a ver com a auto - imagem.
Na grande maioria das vezes, quem tem baixa auto - estima não sabe que tem ou não aceita que tem por ser muito difícil admitir não gostar de você mesmo, do que se vê refletido no espelho todos os dias e por isso não procura ajuda para melhorar isso e por consequência, melhorar sua vida.
Se tomasse consciência e coragem de ir em busca de uma ajuda específica, saberia que esse é o único caminho para se sentir melhor e com isso viver melhor com os outros e principalmente consigo mesmos.
Pensem nisso, conselho de amiga e de alguém que teve essa coragem e só teve a ganhar.


Autoria: Isaleao

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Medo de amar...

Existem pessoas que dizem que querem um amor, que se sentem sozinhas, mas não fazem nada para encontrar esse amor, não correm atrás, não mudam suas vidas, sua maneira de agir e pensar para que o amor se aproxime e fique na vida delas.
Esse tipo de pessoa se esconde atrás de um escudo imaginário e muitas vezes perde a chance de ser feliz. Se ela soubesse como isso vai minando suas forças, sua alegria de viver, trataria de quebrar esse escudo rapidamente.
Há pessoas que fingem ser felizes sozinhas, vivem rodeadas de amigos, de família, se enterram no trabalho, enfim, fazem de tudo para mostrar, para provar que são felizes, mas quer saber se realmente são felizes? Pergunte aos seus travesseiros, se eles te disserem que não são amassados a cada cinco minutos em longas noites de insônia, ou que não têm nenhuma apontinha deles molhada com uma lágrima, aí pode acreditar que a pessoa dona desse travesseiro é realmente feliz sem ter um amor.



Autoria: Isaleao.

Saída de Emergência

Quem me conhece sabe que sou frequentadora de shoppings, não que seja consumista e nem compulsiva mas porque acho um local onde podemos fazer várias coisas diferentes com certo nível de segurança e conforto, como por exemplo encontrar pessoas amigas, fazer novos amigos, fazer um lanche gostoso, ver um filme, e claro fazer compras (o que para nós mulheres não é nenhum sacrifício...kkkk).
Mas uma coisa sempre me chamou a atenção e me causa um certo desconforto. O que é? É aquele aviso perto de elevadores que diz: Em caso de incêndio, favor usar a saída de emergência ou as escadas.
Alguém já parou para pensar como nós deficientes vamos escapar de um acidente desses? Ah! não pararam para pensar não é? Pois parem agora e pensem...Como um deficiente físico que anda com dificuldade ou que anda com cadeira de rodas vai sair correndo pelas escadas? Criando asas, né?....kkkk, ou como um deficiente visual ou deficiente auditivo vai perceber o perigo e vai conseguir chegar até as escadas? É amigos, só tem uma solução, já que os shoppings, na sua maioria, têm mais de um nível, sabem qual é a solução? Rezar para Deus, para que os shoppings NUNCA peguem fogo, senão vamos virar churrasquinhos...kkk.
Não estou com esse texto querendo fazer com que os deficientes não frequentem os shoppings, longe de mim querer isso, já demoramos tempo demais para colocarmos nossas caras nas ruas, mas escrevo sobre isso para que pensemos nos riscos que corremos sem as vezes nos dar conta.
Não deixem de ir aos shoppings por favor, senão os empresários dessa área vão querer me matar...kkkk. Só fiquem espertos a qualquer movimentação diferente e se perceberem peçam ajuda para sair do shopping sem fazer alarde,ok.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

TELETON 2010

Vem aí mais um TELETON e mais uma vez me pergunto quantas pessoas, dentre as que conheço, vão colaborar com essa campanha que é tão importante para tantos iguais a mim?
Graças a Deus todos os anos a meta estabelecida é alcançada com a ajuda das grandes empresas que o SBT tem como aliadas, mas me pergunto: será que se o número de deficientes que existem no Brasil ( 14,5% da população ) e seus familiares ajudassem com 5,00 que é a quantia mínima a ser doada, mais a ajuda das empresas, essa meta anual não seria muito mais elevada a ponto de reabastecer as AACDs já existentes com mais pessoal, aparelhagens e a construção de mais uma ou duas instituições onde ainda não existem?
Por exemplo, Salvador, onde eu moro.
Acho que falta interesse em ver o programa, para conhecer o trabalho da instituição, falta a generosidade daqueles que não precisam desse apoio, falta nós deficientes fazermos o pedido: Por favor ajude aos iguais a mim, doar 5,00 não te deixará mais pobre e você estará ajudando à pessoas que só têm esse meio para uma melhor qualidade de vida. Além do que (Deus nos livre que aconteça) você um dia poderá precisar dessa mesma ajuda.
Gente, vamos nos interessar mais pelo sofrimento, pela luta do outro.
Somos todos irmãos, vocês os "perfeitinhos" e nós os "mal-acabados" como diz o jornalista mal-acabado Jairo Marques da Folha de São Paulo (
http://www.assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/ ), a quem acompanho sempre.
Eu já colaborei e você??

Os telefones para a doação são:

05001234505 - 5,00

05001234510 - 10,00

05001234520 - 20,00

(descontados direto da sua conta)

08007752010 - acima de 60,00

(informações direto com atendente).

O programa começará na noite do dia 05 de novembro e durante o dia 06 de novembro todo.


Autoria : Isaleao.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Minha História

Nasci com Mielomeningocele (Spina Bífida) e Hidrocefalia. O que são:

Mielomeningocele_ Lesão medular congênita, que a depender da extensão da lesão pode ocasionar sequelas diversas.

Hidrocefalia_ Aumento do líquido intra-craniano. Se não controlada a tempo, leva a óbito.

No meu caso, a mielo atingiu meu equilíbrio para andar solta, me fez ter incontinência urinária (controlada com idas ao sanitário de tempo em tempo). Com 15 horas de nascida, fiz minha primeira cirurgia para fechamento da mielo. Depois com 3 meses fiz outra para controle da hidrocefalia, colocando válvula no alto da cabeça(hoje já não tem mais função), depois de um tempo fiz mais uma para soltar os pés que nasceram presos para dentro, mais um tempo e coloquei válvulas nos ureteres para controlar o refluxo da urina, com 7 anos fiz mais uma cirurgia, dessa vez para corrigir a luxação do quadril pois nasci com os fêmures deslocados, não sendo bem feita essa cirurgia, fiz outra com 9 anos para correção da primeira, no RJ.
Durante esse período da infância, fiz fisioterapia no IBR (Instituto da Bahia de Reabilitação).
Só depois da segunda cirurgia para a correção da luxação no quadril que pude finalmente andar apoiada no andador. Mas mesmo tendo passado por tudo isso no início da infância, tive e tenho vida normal. Fui uma criança como outra qualquer, estudei, fui a todos os lugares que uma criança vai: praia, cinema, teatro, parque, acampamento. Sempre rodeada da família e amigos. O amor e o apoio da minha família nunca me faltou.
Apesar dos meus pais se separarem quando eu era criança ainda, nunca me senti desamparada, pois tinha minha mãe sempre ao meu lado e a falta de meu pai era muitas vezes superada por tios.
E, dois anos após a separação, Deus colocou aquele que seria meu segundo pai, para falar a verdade, meu verdadeiro pai, que foi meu padrasto, não podia ter tido mais sorte, pois ele estava comigo para todos os momentos. Com minha mãe, que é uma verdadeira leoa para defender os filhos e meu padrasto ao meu lado não tinha como me sentir desprotegida. Nem mesmo quando sentia o preconceito de algumas pessoas, sim, passei por situações de preconceito na escola, com colegas dizendo que não gostavam de mim por eu não andar, por eu ser doente, por eu ser diferente, com professores que cobravam de mim mais do que podia fazer.
Enfrentei olhares, piadinhas, risinhos, comentários maldosos...
como se eu não tivesse o direito de estar ali naquele lugar. Mas como venho de uma família " que não leva desaforo para casa " aprendi a superar e a transformar o sofrimento em respostas desaforadas ou em lições de moral, a depender da situação, e assim, fui aprendendo a lidar com todo tipo de gente. Desde os maldosos que me machucavam com palavras até os desinformados do que seria uma pessoa com deficiência. Na adolescência isso ficou mais doloroso, pois já tinha total consciência das minhas limitações e da maldade alheia. E para quem já passou por essa fase, sabe como é complicado não sermos aceitos no grupo. Era dolorido perceber que as meninas me olhavam com ar de superioridade pois se achavam melhores, mais interessantes do que eu por não precisarem usar um andador para andar, e que os rapazes não conseguiam enxergar que atrás daquele andador existia uma adolescente como todas as outras, com sonhos, desejos e capacidade de se apaixonar como qualquer outra, sendo assim elas me olhavam como se eu fosse inferior e eles como aquela que só podia ser "amiga", ou pior, "melhor amiga".
O que ninguém sabia ou não queria saber é que eu fingia não perceber nada disso para tentar ser feliz. Não foi fácil admitir para mim mesma que todos estavam errados pois sem perceber eu vesti o personagem que eles me deram da " melhor amiga " , da " menina feliz ", até o ponto que não aguentava mais e precisei de ajuda para encontrar a verdadeira Marisa, tive que procurar um psicólogo/psiquiátra.
Foi a melhor coisa que fiz, com ele consegui me conhecer, colocar certas coisas no seu devido lugar e daí consegui ser feliz. Passei a me dar mais valor, a me ver não só como deficiente físico mas sim como pessoa e principalmente como mulher.
Quando me reconheci como mulher, passei a me ver como um todo e não só da cintura para baixo. Sempre fui vaidosa, mas escondia o que eu tenho de " perfeito" e fazia questão de mostrar o que eu tenho de " imperfeito ", ou seja, deixei de usar blusas fechadas com shorts e minissaias e passei a usar blusas decotadas, de alcinha com shorts e minissaias. Entenderam a diferença?
Hoje, eu não sou apenas uma deficiente físico e, sim, uma mulher que tem uma deficiência física. Mas mesmo tomando essa consciência não pensem que foi ou que é fácil lidar com meus medos, inseguranças, pois não é. Até eu conseguir realmente me sentir mais segura em relação a mim " penei " um bocado. Senti muita solidão, tinha uma carência monstra. Até que um dia conheci aquele que seria meu primeiro namorado, isso eu já tinha 30 anos, isso para muitos é tarde demais, mas para nós deficientes não é tão raro acontecer, principalmente para aqueles que não tem uma auto-estima lá essas coisas como eu ....rsrsrs.
Ficamos 1 ano juntos oficialmente e uns 2 anos tentando se encaixar de novo. Durante o primeiro ano, fui feliz em muitos momentos com ele, aprendi muito sobre o que é ser mulher num relacionamento, aprendi a ver o que eu aceito ou não, o que engulo ou não de sapos. E olha, que engoli vários. Terminamos, ficamos alguns meses afastados, até que nos reencontramos, conversamos e resolvemos voltar, mas não foi mais a mesma coisa, eu estava passando por uma fase difícil familiar, e além disso, não conseguia mais confiar e acreditar nele, fui segurando o namoro na verdade para não me sentir mais sozinha e perdida do que já estava, até o dia em que ele disse que queria terminar. Terminamos em definitivo.
Fiquei 5 anos sozinha tendo meus altos e baixos até que há dois meses reencontrei outro homem a quem conheci enquanto estava namorando, que me fez acreditar que posso ser feliz de novo. Estamos namorando há 1 mês e estou realmente muito feliz.
Farei de tudo para que essa felicidade dure por muito tempo.


Autoria : Isaleão.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Vamos ser felizes, isso que importa...

Esse ainda é um assunto tabu para muitas pessoas, imagina para nós deficientes físicos.
Que assunto é esse? Sexo, sexualidade.
E por que é mais complicado para nós deficientes? Porque a sociedade "cobra" a perfeição do corpo: corpo violão, com seios e bunda durinhos, barriga tanquinho, tórax largo e pernas grossas.
Agora me digam, que deficiente tem esse corpão perfeito? Nenhum, eu respondo.
Aí entra a auto-estima da pessoa, que se não for uma coisa inerente, tem que ser trabalhada desde sua infância, senão, na hora "h" da paquera, da sedução e principalmente na hora "h" do sexo, é uma insegurança total que aparece : " Ela vai ver minhas pernas finas", " Ele vai ver que tenho barriguinha", etc...
Ah! além do corpo, ainda temos em alguns casos de deficiência, um ou dois "fantasmas", que são: incontinência urinária e/ou fecal. Alguns deficientes lesionados medulares tem uma delas, mas tem outros que têm as duas, e aí o que fazer?
Tem que ter uma cabeça muito boa, uma auto-estima bem trabalhada e principalmente ter a sorte de conhecer um parceiro (a) também com a cabeça muito boa para lidar com isso com naturalidade. Claro que não é o fim do mundo, mas é complicado para certas pessoas "ditas" perfeitas, entender que uma mulher ou um homem já adultos não conseguem controlar sua bexiga e/ou seu intestino quando estão excitados. Existem os que entendem, aceitam e convivem com isso por realmente estarem apaixonados por seus parceiros deficientes, mas não sei se posso dizer que é maioria, posso?
Esse assunto é complicado para quem nasce deficiente e para quem se torna deficiente por qualquer motivo.
Quando estamos sozinhos, tudo bem, é nossa rotina fazer cateterismo, manobra, massagem, credê, para esvaziarmos a bexiga e fazermos uso de frutas, fibras e remédios muitas vezes para nosso intestino funcionar.
Mas, na hora em que temos um parceiro (a) esse precisa realmente estar disposto a nos ajudar a superar toda vergonha, medo, insegurança que temos, pois, contar que temos um problema assim a mais do que aquilo que a pessoa já está vendo não é nada fácil.
Claro que estou falando tudo isso pensando que o parceiro da pessoa deficiente não seja deficiente também, pois, para um casal de deficientes fica mais fácil falar um para o outro sobre esse assunto. Principalmente se os dois tiverem pelo menos um dos problemas.
Outro obstáculo a ser vencido, onde no casal um é deficiente e o outro não, é o sexo propriamente dito, o parceiro não deficiente precisa conversar muito com o parceiro deficiente para saber seus limites, pois temos problemas de equilíbrio, de falta de força e movimentos nos membros muitas vezes.
Então não se pode ir para a cama com um lesionado medular, achando por exemplo, que vamos poder plantar bananeira, subir no lustre ou fazer o Kama Sutra...rsrsrs.
Mas apesar de todas essas limitações, de todos esses medos, somos capazes de sermos realizados e realizarmos nossos parceiros sexualmente falando, é só uma questão de cumplicidade e amor.
E vamos ser felizes, isso é que importa.


Autoria: Isaleão.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Minhas lembranças com Tita.

Lembro daquela vez em que fomos ao shopping e ficamos esperando o táxi, aí eu fiquei cansada e você me colocou no colo, e eu perguntei:
_Não vai doer?
E você respondeu:
Não.
E eu disse:
_ Nossa ! Eu amo essa família e a vc Tita.
E você respondeu:
_Hã, só porque você está no meu colo!
Eu respondi:
_Não. É porque eu amo mesmo...rsrs.


Autoria: Drielle, minha priminha querida.


Um sonho ainda a ser realizado.

Moro em Salvador, uma cidade linda, turística, mas muito pouco adaptada para nós deficientes. Infelizmente, como na maioria das cidades brasileiras, minha cidade ainda não oferece total acessibilidade para pessoas que tenham qualquer tipo de deficiência. Falta acessibilidade em prédios públicos, restaurantes, bares, consultórios médicos, lojas.
Eu, como deficiente físico que anda apoiada num andador ou de cadeira de rodas, sou impossibilitada de frequentar certos restaurantes, bares por falta de rampas, elevadores, banheiros adaptados. Não posso ir à casas de show por não ter um espaço reservado para deficientes, além da falta de infra-estrutura já citada acima. Até na hora de ir a um médico tenho que procurar saber se tem estacionamento, se o consultório fica numa sala onde eu consiga entrar com o andador pelo menos.
Muitas vezes, quando vou a uma loja desisto de comprar uma roupa por não conseguir entrar no provador.
Andar nas ruas de Salvador então, é quase impossível, só anda o deficiente que realmente precisa resolver suas coisas sozinho. Para isso ele tem que ter muita força nos braços, equilíbrio e coragem, pois calçadas aqui não existem, estão cheias de buracos, árvores milenares com raízes expostas, camelôs, carros parados. Ou seja, um deficiente ou mesmo uma pessoa qualquer, tem que andar na rua, arriscando-se a ser atropelado por carros, ônibus, motos.
Falando em ônibus, foram pouquíssimas vezes que andei em um, mas o pouco que pude observar, nesse aspecto minha cidade também está longe do ideal, faltam ônibus adaptados, falta preparo dos funcionários das empresas para saber manejar a plataforma onde a cadeira de rodas tem que ser colocada para subir no ônibus, falta consciência nesses mesmos funcionários, pois muitas vezes somos vistos nos pontos de ônibus mas os motoristas passam direto ou param fora do ponto dificultando nossa entrada.
Enfim acessibilidade em Salvador é um sonho ainda a ser realizado.


Autoria: Isaleao.

domingo, 28 de março de 2010

Acessibilidade.

Só quem convive direto ou é deficiente, que anda com dificuldade ou com auxílio de algum aparelho como cadeira de rodas, muletas, bengalas ou que não enxerga ou que não ouve, conhece realmente a falta de acessibilidade nas cidades brasileiras.
Não só a acessibilidade no que diz respeito a rampas, elevadores, banheiros públicos largos, mas também à faixa tátil, sinais sonoros para deficientes visuais e luminosos para deficientes deficientes auditivos.
Para quem está no grupo chamado de " normais ", isso tudo passa desapercebido, muitas vezes é visto como bobagem, coisa sem importância, mas para nós deficientes, significa a nossa liberdade, a nossa autonomia, o nosso direito de ir e vir respeitado.
Em cada setor da sociedade responsável pela acessibilidade nas cidades, deveria ser obrigatório o uso da opinião de um deficiente seja : físico, auditivo, visual, porque na teoria é fácil planejar rampas, banheiros, etc...mas quantas vezes o deficiente vai fazer uso do que foi projetado para ele e tem dificuldade assim mesmo? É rampa que está íngreme demais, banheiro que não tem espaço para o deficiente se mexer, pistas táteis que param em frente a lugar nenhum ou em frente a um obstáculo como poste, telefone público...
Os órgãos competentes da sociedade, precisam tomar cuidado com esse tipo de erro, pois, não adianta fingirem que não existimos.
Existimos sim, somos cidadãos como qualquer um, temos os mesmos direitos e deveres.
Então o mínimo que exigimos é RESPEITO.



Autoria: Isaleao.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Namoro X Amizade.

Namorar é uma delícia, eu sei.
Ter alguém com quem trocar carinhos, beijos, sair para passear, dividir bons e maus momentos.
Mas há um cuidado que precisamos ter: o de não nos afastarmos de nossos amigos. Infelizmente nem todos tomam esse cuidado.
Ficam tão apaixonados, tão agarrados aos seus amores que esquecem dos amigos que já faziam parte da sua vida e até daqueles que " vieram " com o ser amado para sua vida.
Compreendo que quando estamos namorando ou até mesmo casados, o companheiro ou companheira seja o principal foco de nossa atenção, mas devemos manter a atenção para com nossos amigos, pois, namoros e até casamentos podem acabar, mas uma amizade se for verdadeira pode durar a vida toda.
Sejamos felizes com nossos namoros, casamentos, mas aprendamos a dividir nossa felicidade com nossos amigos pois, quanto mais dividimos nossa felicidade, mas ela cresce e se espalha.


Autoria: Isaleao.

Arte imita a vida... ou será o contrário?

Muitas pessoas não gostam de novela por dizerem que é tudo ilusão, fantasia. Falam que não mostra a realidade.
Isso tudo é uma grande bobagem, pois no fundo de cada personagem por mais absurdo que pareça tem um traço de realidade.
O que vemos nas novelas ? Pessoas mentirosas, que " armam " situações para acabar com a vida de outras pessoas que ela não gosta por algum motivo, vemos pessoas ingênuas, pessoas que procuram fazer o bem sem se importar com o reconhecimento alheio, pessoas ambiciosas, pessoas que se amam e que às vezes têm que enfrentar muitas situações contrárias até ficarem juntas.
Assistimos pessoas que fingem ser o que não são para conseguirem o que querem, pessoas enfrentando situações onde tem que ter força de vontade para superar obstáculos em busca de uma melhor condição para viver.
Vai dizer que você nunca conheceu ninguém que se encaixe em um dos personagens citados acima, ou vai dizer que você mesmo nunca se viu numa situação parecida?
Todos nós conhecemos algum momento da vida, que se assemelhe a um personagem ou criamos nós mesmos personagens para conseguir viver e conviver com as pessoas. Essas pessoas podem ser: um parente, um amigo, um colega de trabalho...
Afinal, a arte imita a vida...ou será que é o contrário?


Autoria: Isaleao.

sexta-feira, 12 de março de 2010

" Viver a vida "

Como já falei em outro texto, há pessoas que não gostam de novela, por várias razões.
Tudo bem, ninguém é obrigado a gostar, mas ninguém pode negar que uma novela com certos temas como: racismo, preconceito em geral, a impunidade do mal (pelo menos até o último capítulo), nos faz parar e pensar, nem que seja pra dizer que isso não acontece na vida real, ou para revermos certos conceitos, ou para falar que esse tema deveria ser abordado por outro ângulo.
Nos últimos tempos esteve e estão "no ar" novelas que mostraram e mostram um assunto que fala de um tema que mexe comigo e com muitos dos meus amigos: deficiência.
Seja uma cega que mostrou que podia trabalhar, namorar, casar, criar uma família, ter filho e cuidar dele sozinha, apesar de não enxergar nem uma sombra do rostinho da criança que ela colocou no mundo. E mais, mostrou que uma pessoa cega pode ter filhos " videntes " (pessoa que enxerga).
Outra novela mostra um rapaz surdo, que apesar da sua deficiência consegue estudar, gosta de música.
E outra novela que não preciso nem dizer o motivo, é a minha preferida, que mostra uma modelo que sofre um acidente e se torna tetraplégica.
Conheço pessoas que criticam dizendo que deveriam mostrar uma moça sem condições financeiras, para, por exemplo, lutar para conseguir uma cadeira de rodas ou um local para fazer seus exercícios para ter uma melhora na qualidade de vida.
Mas acho que devemos perceber que novela é algo lúdico, tem que ter uma "leveza", senão as pessoas não aguentam tanta realidade.
Realidade cruel já assistimos nos telejornais, já lemos nas revistas.
Novela é para diversão, tocando sim, em temas reais, mas não precisam ser tão fiéis à nossa dura realidade.
Bom voltando à novela em questão, mostrou e mostra todo o período de recuperação desde a revolta do primeiro momento em que ela se descobre sem movimentos algum do pescoço para baixo, a alegria dos primeiros movimentos, que por menores que sejam, são grandes vitórias para ela, a "liberdade" de voltar a se alimentar e se maquiar sozinha, com auxílio de adaptações nas mãos, a recuperação da auto-estima, voltando a se sentir um ser humano e uma mulher como qualquer outra.
Essa mulher nos mostra ainda muita coragem, quando resolve terminar um namoro de anos, por perceber que ficou "sozinha" desde o momento do acidente, já que esse namorado não se fez presente em sua vida nesse período tão difícil e doloroso para ela.
Porém como estamos falando em novela, já sabemos que ela já tem um novo pretendente, na espera somente de um sinal dela para ficarem juntos.
Isso, sim, concordo que foi escolha do autor da novela, pois, na vida real não é certo de que ela encontraria alguém tão rápido. Poderia ou não acontecer.
O que importa eu acho, é que essa mulher é um exemplo do que pode e do que acontece com muitos de nós deficientes que sofremos um acidente ou que nascemos com alguma deficiência. Podemos e devemos lutar para ficarmos melhores e sermos felizes sempre.
Essa personagem, como tantos da vida real, é um exemplo de superação dos seus limites, e modelo de alegria e amor à vida.
Não é por que temos limitações, sejam elas quais forem, que devemos ficar trancados em casa e pior trancados dentro de nós mesmos.
Devemos sim, viver a vida, da melhor maneira possível.


Autoria: Isaleão.