DIFERENTES? COMO ASSIM?!

Como já falei em meu perfil, minha infância foi feliz, rodeada de amor de família e amigos. Claro que passei por situações de preconceito, no colégio principalmente, mas como tinha aprendido em casa a não baixar a cabeça, enfrentei todas as situações sem maiores problemas. Até que cheguei à adolescência, aí que fui realmente tomando consciência das diferenças entre eu e as outras meninas, fossem primas ou amigas. Como amiga continuei a ser querida e amada por todos, mas quando o interesse era outro aí as coisas mudavam de figura. Ouvi várias vezes, das meninas: não gosto de você porque você é diferente..., ou não ande com ela, porque ela não anda..., como assim: " ela não anda?", eu andava e ando, de maneira diferente da maioria, pois ando apoiada num andador, mas ando. Graças a Deus, não eram maioria, essas garotas, pois tinha e tenho ainda hoje amigas de verdade. E ouvi várias vezes dos garotos: você tem um rosto lindo, mas seu corpo..., ou, você é uma gata, pena que...ou pior ainda, gosto muito de você mas é só como amiga viu...,como se eles tivessem a obrigação de gostar de mim de outra maneira. Enfim, quando cresci foi que caí na real, e descobri o verdadeiro significado da palavra preconceito. Mas não estou contando tudo isso pra terem pena de mim, é só um pouco da minha história que resolvi compartilhar com vocês.Eu por muito tempo me senti diferente, até mesmo inferior às outras garotas, mas hoje não me sinto mais assim, pois, não é o fato de ter uma deficiência, seja ela qual for, que nos faz inferiores aos "ditos" normais. Não somos inferiores e sim diferentes. Mas um branco não é diferente de um negro? um alto não é diferente de um baixo? um magro não é diferente de gordo? Nem por isso um é inferior ao outro, simplesmente é diferente. Porém, todos são filhos de Deus, e tem o direito à sua dignidade, à sua liberdade, tem o livre arbítrio, para escolher sua opção sexual. Todos nós merecemos ser felizes e sermos respeitados da maneira que somos, pois assim, nosso Pai nos fez.
Espero que chegue o dia em que a sociedade nos enxergue verdadeiramente como irmãos e que o preconceito seja ele qual for, tenha fim.