sábado, 30 de outubro de 2010

Pessoas que se acham únicas.

É incrível como tem pessoas que vivem como se fossem únicas no mundo, sem a menor consideração com o outro. Isso acontece em qualquer nível de relacionamento: são vizinhos que fazem barulho sem se importar com quem mora ao lado, são chefes que humilham ou simplesmente ignoram seus empregados, são familiares que vivem suas vidas como se o resto da família não morasse na mesma casa, são homens e mulheres que agem como se ainda fossem solteiros (as) esquecendo que agora tem um relacionamento amoroso, seja namoro ou casamento, e que não querem dar satisfação dos seus atos, não admitem uma pergunta, dizem logo que não suportam "cobrança".
Sinceramente este tipo de pessoa tinha que se mudar para uma ilha deserta. Vivemos em uma sociedade, e portanto, temos que saber que além da nossa vontade existe a vontade da outra pessoa. Numa empresa o trabalho só dá certo se o chefe tiver empregados satisfeitos com o ambiente de trabalho, numa família só há felicidade se todos estiverem ligados pelo amor, num bairro só haverá tranquilidade se houver respeito ao seu vizinho, um relacionamento a dois só dará certo se houver amor, respeito de um para com o outro. Mas em todos os níveis de relacionamento as partes envolvidas tem que aprender a ceder na hora certa, tem que aprender que o outro tem suas vontades, suas limitações, suas frustrações, seus sonhos, suas responsabilidades.
Não adianta reclamarmos do outro, da sociedade, do governo, se não estivermos dispostos a olhar para dentro de nós mesmos com o coração aberto e os olhos bem atentos para enxergarmos e mudarmos nossos erros. É fácil dizermos que as coisas não deram certo por causa de Fulano, Cicrano, ou Beltrano, sem admitirmos que nós também temos nossa parcela de culpa.
Antes de acusar alguém de algo errado pare e pense: Ele (a) , errou sozinho (a) nisso?


Autoria: Isaleao.

Baixa Auto - Estima.

As vezes nós conhecemos alguém que está sempre sorrindo, rodeada de amigos, com companheiro (a), apaixonadas, fazendo tudo para fazê-lo (fazê-la) feliz, com um bom emprego, enfim com tudo para se sentir realizada.
Aí pensamos: Poxa, essa pessoa é realmente feliz...Será?
Muitas vezes tudo isso é só "fachada" pois a tal pessoa não é verdadeiramente feliz. Tem algo dentro dela que não a deixa satisfeita. Isso se chama baixa auto -estima. Isso mesmo, a pessoa tem tudo que todos desejam ter, mas se sente um lixo, acha que não merece ter nada do que tem.
E não é só com pessoas comuns, do nosso convívio que isso acontece, acontece também com artistas famosos.
A diferença é que quando acontece com uma Maria ou um José qualquer por aí não chama a atenção de todo mundo, mas quando acontece com uma "estrela" aí a coisa toma uma proporção tão grande que passa a ser notícia. Quantas pessoas "próximas" você vê que não estão satisfeitas consigo mesmas, com suas vidas e entram por caminhos as vezes perigosos como o das drogas e não tem ninguém para ajudar ?
Agora, se é um artista que vai por esse mesmo caminho, ou pelo caminho dos escândalos, logo vai para mídia e aí , ou vai preso por pouco tempo ou vai para uma clínica de recuperação.
Esse "estrago" que algumas pessoas cometem com suas próprias vidas, muitas vezes tem a ver com sua auto - estima que é baixíssima. Tem a ver com a auto - imagem.
Na grande maioria das vezes, quem tem baixa auto - estima não sabe que tem ou não aceita que tem por ser muito difícil admitir não gostar de você mesmo, do que se vê refletido no espelho todos os dias e por isso não procura ajuda para melhorar isso e por consequência, melhorar sua vida.
Se tomasse consciência e coragem de ir em busca de uma ajuda específica, saberia que esse é o único caminho para se sentir melhor e com isso viver melhor com os outros e principalmente consigo mesmos.
Pensem nisso, conselho de amiga e de alguém que teve essa coragem e só teve a ganhar.


Autoria: Isaleao

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Medo de amar...

Existem pessoas que dizem que querem um amor, que se sentem sozinhas, mas não fazem nada para encontrar esse amor, não correm atrás, não mudam suas vidas, sua maneira de agir e pensar para que o amor se aproxime e fique na vida delas.
Esse tipo de pessoa se esconde atrás de um escudo imaginário e muitas vezes perde a chance de ser feliz. Se ela soubesse como isso vai minando suas forças, sua alegria de viver, trataria de quebrar esse escudo rapidamente.
Há pessoas que fingem ser felizes sozinhas, vivem rodeadas de amigos, de família, se enterram no trabalho, enfim, fazem de tudo para mostrar, para provar que são felizes, mas quer saber se realmente são felizes? Pergunte aos seus travesseiros, se eles te disserem que não são amassados a cada cinco minutos em longas noites de insônia, ou que não têm nenhuma apontinha deles molhada com uma lágrima, aí pode acreditar que a pessoa dona desse travesseiro é realmente feliz sem ter um amor.



Autoria: Isaleao.

Saída de Emergência

Quem me conhece sabe que sou frequentadora de shoppings, não que seja consumista e nem compulsiva mas porque acho um local onde podemos fazer várias coisas diferentes com certo nível de segurança e conforto, como por exemplo encontrar pessoas amigas, fazer novos amigos, fazer um lanche gostoso, ver um filme, e claro fazer compras (o que para nós mulheres não é nenhum sacrifício...kkkk).
Mas uma coisa sempre me chamou a atenção e me causa um certo desconforto. O que é? É aquele aviso perto de elevadores que diz: Em caso de incêndio, favor usar a saída de emergência ou as escadas.
Alguém já parou para pensar como nós deficientes vamos escapar de um acidente desses? Ah! não pararam para pensar não é? Pois parem agora e pensem...Como um deficiente físico que anda com dificuldade ou que anda com cadeira de rodas vai sair correndo pelas escadas? Criando asas, né?....kkkk, ou como um deficiente visual ou deficiente auditivo vai perceber o perigo e vai conseguir chegar até as escadas? É amigos, só tem uma solução, já que os shoppings, na sua maioria, têm mais de um nível, sabem qual é a solução? Rezar para Deus, para que os shoppings NUNCA peguem fogo, senão vamos virar churrasquinhos...kkk.
Não estou com esse texto querendo fazer com que os deficientes não frequentem os shoppings, longe de mim querer isso, já demoramos tempo demais para colocarmos nossas caras nas ruas, mas escrevo sobre isso para que pensemos nos riscos que corremos sem as vezes nos dar conta.
Não deixem de ir aos shoppings por favor, senão os empresários dessa área vão querer me matar...kkkk. Só fiquem espertos a qualquer movimentação diferente e se perceberem peçam ajuda para sair do shopping sem fazer alarde,ok.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

TELETON 2010

Vem aí mais um TELETON e mais uma vez me pergunto quantas pessoas, dentre as que conheço, vão colaborar com essa campanha que é tão importante para tantos iguais a mim?
Graças a Deus todos os anos a meta estabelecida é alcançada com a ajuda das grandes empresas que o SBT tem como aliadas, mas me pergunto: será que se o número de deficientes que existem no Brasil ( 14,5% da população ) e seus familiares ajudassem com 5,00 que é a quantia mínima a ser doada, mais a ajuda das empresas, essa meta anual não seria muito mais elevada a ponto de reabastecer as AACDs já existentes com mais pessoal, aparelhagens e a construção de mais uma ou duas instituições onde ainda não existem?
Por exemplo, Salvador, onde eu moro.
Acho que falta interesse em ver o programa, para conhecer o trabalho da instituição, falta a generosidade daqueles que não precisam desse apoio, falta nós deficientes fazermos o pedido: Por favor ajude aos iguais a mim, doar 5,00 não te deixará mais pobre e você estará ajudando à pessoas que só têm esse meio para uma melhor qualidade de vida. Além do que (Deus nos livre que aconteça) você um dia poderá precisar dessa mesma ajuda.
Gente, vamos nos interessar mais pelo sofrimento, pela luta do outro.
Somos todos irmãos, vocês os "perfeitinhos" e nós os "mal-acabados" como diz o jornalista mal-acabado Jairo Marques da Folha de São Paulo (
http://www.assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/ ), a quem acompanho sempre.
Eu já colaborei e você??

Os telefones para a doação são:

05001234505 - 5,00

05001234510 - 10,00

05001234520 - 20,00

(descontados direto da sua conta)

08007752010 - acima de 60,00

(informações direto com atendente).

O programa começará na noite do dia 05 de novembro e durante o dia 06 de novembro todo.


Autoria : Isaleao.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Minha História

Nasci com Mielomeningocele (Spina Bífida) e Hidrocefalia. O que são:

Mielomeningocele_ Lesão medular congênita, que a depender da extensão da lesão pode ocasionar sequelas diversas.

Hidrocefalia_ Aumento do líquido intra-craniano. Se não controlada a tempo, leva a óbito.

No meu caso, a mielo atingiu meu equilíbrio para andar solta, me fez ter incontinência urinária (controlada com idas ao sanitário de tempo em tempo). Com 15 horas de nascida, fiz minha primeira cirurgia para fechamento da mielo. Depois com 3 meses fiz outra para controle da hidrocefalia, colocando válvula no alto da cabeça(hoje já não tem mais função), depois de um tempo fiz mais uma para soltar os pés que nasceram presos para dentro, mais um tempo e coloquei válvulas nos ureteres para controlar o refluxo da urina, com 7 anos fiz mais uma cirurgia, dessa vez para corrigir a luxação do quadril pois nasci com os fêmures deslocados, não sendo bem feita essa cirurgia, fiz outra com 9 anos para correção da primeira, no RJ.
Durante esse período da infância, fiz fisioterapia no IBR (Instituto da Bahia de Reabilitação).
Só depois da segunda cirurgia para a correção da luxação no quadril que pude finalmente andar apoiada no andador. Mas mesmo tendo passado por tudo isso no início da infância, tive e tenho vida normal. Fui uma criança como outra qualquer, estudei, fui a todos os lugares que uma criança vai: praia, cinema, teatro, parque, acampamento. Sempre rodeada da família e amigos. O amor e o apoio da minha família nunca me faltou.
Apesar dos meus pais se separarem quando eu era criança ainda, nunca me senti desamparada, pois tinha minha mãe sempre ao meu lado e a falta de meu pai era muitas vezes superada por tios.
E, dois anos após a separação, Deus colocou aquele que seria meu segundo pai, para falar a verdade, meu verdadeiro pai, que foi meu padrasto, não podia ter tido mais sorte, pois ele estava comigo para todos os momentos. Com minha mãe, que é uma verdadeira leoa para defender os filhos e meu padrasto ao meu lado não tinha como me sentir desprotegida. Nem mesmo quando sentia o preconceito de algumas pessoas, sim, passei por situações de preconceito na escola, com colegas dizendo que não gostavam de mim por eu não andar, por eu ser doente, por eu ser diferente, com professores que cobravam de mim mais do que podia fazer.
Enfrentei olhares, piadinhas, risinhos, comentários maldosos...
como se eu não tivesse o direito de estar ali naquele lugar. Mas como venho de uma família " que não leva desaforo para casa " aprendi a superar e a transformar o sofrimento em respostas desaforadas ou em lições de moral, a depender da situação, e assim, fui aprendendo a lidar com todo tipo de gente. Desde os maldosos que me machucavam com palavras até os desinformados do que seria uma pessoa com deficiência. Na adolescência isso ficou mais doloroso, pois já tinha total consciência das minhas limitações e da maldade alheia. E para quem já passou por essa fase, sabe como é complicado não sermos aceitos no grupo. Era dolorido perceber que as meninas me olhavam com ar de superioridade pois se achavam melhores, mais interessantes do que eu por não precisarem usar um andador para andar, e que os rapazes não conseguiam enxergar que atrás daquele andador existia uma adolescente como todas as outras, com sonhos, desejos e capacidade de se apaixonar como qualquer outra, sendo assim elas me olhavam como se eu fosse inferior e eles como aquela que só podia ser "amiga", ou pior, "melhor amiga".
O que ninguém sabia ou não queria saber é que eu fingia não perceber nada disso para tentar ser feliz. Não foi fácil admitir para mim mesma que todos estavam errados pois sem perceber eu vesti o personagem que eles me deram da " melhor amiga " , da " menina feliz ", até o ponto que não aguentava mais e precisei de ajuda para encontrar a verdadeira Marisa, tive que procurar um psicólogo/psiquiátra.
Foi a melhor coisa que fiz, com ele consegui me conhecer, colocar certas coisas no seu devido lugar e daí consegui ser feliz. Passei a me dar mais valor, a me ver não só como deficiente físico mas sim como pessoa e principalmente como mulher.
Quando me reconheci como mulher, passei a me ver como um todo e não só da cintura para baixo. Sempre fui vaidosa, mas escondia o que eu tenho de " perfeito" e fazia questão de mostrar o que eu tenho de " imperfeito ", ou seja, deixei de usar blusas fechadas com shorts e minissaias e passei a usar blusas decotadas, de alcinha com shorts e minissaias. Entenderam a diferença?
Hoje, eu não sou apenas uma deficiente físico e, sim, uma mulher que tem uma deficiência física. Mas mesmo tomando essa consciência não pensem que foi ou que é fácil lidar com meus medos, inseguranças, pois não é. Até eu conseguir realmente me sentir mais segura em relação a mim " penei " um bocado. Senti muita solidão, tinha uma carência monstra. Até que um dia conheci aquele que seria meu primeiro namorado, isso eu já tinha 30 anos, isso para muitos é tarde demais, mas para nós deficientes não é tão raro acontecer, principalmente para aqueles que não tem uma auto-estima lá essas coisas como eu ....rsrsrs.
Ficamos 1 ano juntos oficialmente e uns 2 anos tentando se encaixar de novo. Durante o primeiro ano, fui feliz em muitos momentos com ele, aprendi muito sobre o que é ser mulher num relacionamento, aprendi a ver o que eu aceito ou não, o que engulo ou não de sapos. E olha, que engoli vários. Terminamos, ficamos alguns meses afastados, até que nos reencontramos, conversamos e resolvemos voltar, mas não foi mais a mesma coisa, eu estava passando por uma fase difícil familiar, e além disso, não conseguia mais confiar e acreditar nele, fui segurando o namoro na verdade para não me sentir mais sozinha e perdida do que já estava, até o dia em que ele disse que queria terminar. Terminamos em definitivo.
Fiquei 5 anos sozinha tendo meus altos e baixos até que há dois meses reencontrei outro homem a quem conheci enquanto estava namorando, que me fez acreditar que posso ser feliz de novo. Estamos namorando há 1 mês e estou realmente muito feliz.
Farei de tudo para que essa felicidade dure por muito tempo.


Autoria : Isaleão.